“Quando um árbitro dá por terminada uma final, cruzam-se um casamento e um funeral no estádio”
Esta frase que vem transcrita num jornal desportivo de hoje reflecte bem os sentimentos que se experimentam ao viver-se um jogo de futebol.
O futebol é um jogo de emoções. A equipa que melhor consegue controlar as emoções dos seus jogadores e fazê-las convergir num sentido único, que é o dos objectivos da equipa, é a equipa que ficará sempre mais perto da vitória.
E esse é o ponto em que a equipa da Global é forte, e voltou a sê-lo ontem à noite, enquanto a AMA ainda peca muito por deixar a cultura do eu sobrepor-se à da equipa e permite-se desconcentrar, mesmo quando acções de terceiros, como o árbitro, o originam, entregando-se a emoções menos produtivas.
O jogo é de fácil síntese. O equilíbrio foi sempre a nota dominante embora com a Global a usufruir de maior ascendente. A AMA tentava uma melhor organização defensiva para fazer frente ao jogo muito colectivo da Global mas, com isso, ficou mais longe da baliza adversária. O golo da Global, resultante de mais um passe longo, arma que a AMA já conhecia mas foi ineficaz neste lance, obrigou a AMA a alterar um pouco a postura em campo chegando então mais vezes à baliza da Global onde se encontra, por alguma razão, o guarda-redes menos batido do campeonato. O empate chegaria contudo por Cardoso num potente remate a partir de um livre directo.
A 2ª parte trazia um jogo igual com respeito mútuo das duas equipas até ao lance do segundo golo da Global em que um seu jogador, de forma voluntária ou involuntária, joga a bola com o braço desviando a sua trajectória possibilitando a jogada do golo.
O pior é que o árbitro viu todo o lance desvalorizando-o como casual mas, contudo, afirmando depois do jogo que se fosse um defesa assinalava penalty mas como foi um avançado deu vantagem (!). Vantagem para o infractor neste caso!
Ora acontece que estamos a praticar Futebol de 7, e não de 11, com regras próprias as quais foram distribuídas pela organização antes do inicio do campeonato embora se duvide que tenham sido lidas, árbitros incluídos.
Regra XI – Ponto1: “Deverão ser marcadas faltas – pontapés livres – contra a equipa do jogador que em qualquer circunstância tocar a bola com as mãos”. Dúvidas?
Este lance originou algum desequilíbrio posicional e mental na equipa, à qual a Global, alheia ao facto, aproveitou para assumir mais o jogo no seu registo preferido, o contra-ataque.
Numa dessas jogadas Rita vê o vermelho directo por derrubar um adversário que se isolara, a Global fez o 3-1 numa brilhante jogada e a AMA reagiria finalmente, com garra e determinação mesmo com menos um jogador conseguindo ainda reduzir merecidamente para 3-2 e criando ainda alguma pressão sobre a Global que ia gerindo a posse de bola.
Registo final para, apesar de toda a luta e envolvência da partida, o excelente ambiente proporcionado pelas duas equipas com desportivismo, respeito e fair-play.
AMA - Vasco, Nuno, António, Rita, Miguel, Flores, Cardoso, Resende, Alex, Bruno, Caçador, Rui, Pedro
Golos - Cardoso e Alex
Disciplina: António - cartão amarelo / Rita - vermelho directo